quinta-feira, 14 de junho de 2012

Café Terraço

"...Naquela noite, ele estava pintando o Café Terraço, e era uma hora movimentada, muita gente nas mesas, garçons servindo, pessoas cruzando a rua, charretes e carroças passando. (...) Pessoas emergindo das sombras da rua ou penetrando nelas, o brilho em muitos tons de dourado que se derramava sobre as mesas; daquele lampião que mesmerizava e se grudava nas paredes, ressaltando os relevos do calçamento das pedras da rua e destacando o café do restante do cenário, como um palco em meio ao salão de um teatro às escuras. As pessoas eram manchas de tinta que se moviam, dissolvidas em meio a cores e sombras, figuras que só ganhavam identidade não pela expressão de seus rostos nem por uma silhueta definida, que não tinham nem uma nem outra, mas como personagens de um conjunto. E lá, no alto, as estrelas. Elas olhando cá para baixo. Eram as estrelas a plateia; tudo o mais, o espetáculo." ( Retirado do livro Sonhos em Amarelo- págs 75 e 76)

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